O Centro Cultural de Celorico da Beira acolhe, depois de três meses de residência artística neste palco, no próximo dia 9 de abril, pelas 21H30, o espetáculo multidisciplinar “Obscuridade Sublime”, uma produção da Coruja do Mato e Ponto Criação, coprodução do Teatro Municipal da Guarda, Teatro Académico de Gil Vicente e Teatro Cine de Gouveia, cofinanciado pela República Portuguesa DG Artes.
“Obscuridade Sublime” é um espetáculo multidisciplinar (teatro, multimédia), dirigido a maiores de 16 anos e sem lugar à cobrança de bilhete. No entanto, pode contribuir com um donativo a favor do movimento de solidariedade “Cáritas ajuda Ucrânia”.
Sinopse
Obscuridade Sublime
Cruzamentos Disciplinares/ Teatro/ Multimédia
Um apagão coloca em causa a sobrevivência de todos os registos de imagem.
No escuro há quem procure uma réstia de luz, o que ficou de um outro tempo, e que em breve pode desaparecer. Da matéria, dos lugares e da memória.
Há uma transmissão à espera de chegar.
Há movimentações e estratégias de ação. O tempo urge.
Vislumbres de imagens e som emergem aos poucos através das mãos e dos corpos de quem procura não esquecer e que acontece apesar dos que não querem recordar.
Uma arqueologia de luz e de sombras, num resgate realizado a seis mãos, que mergulha no início das imagens fixadas para empreender uma busca obstinada que anseia encontrar, nos reflexos projetados, indícios claros de verdade ou certeza. Mas o que restam são estilhaços.
Será a fonte de luz o oposto da escuridão?
O Espetáculo cruza na sua construção, desenvolvimento e apresentação, linguagens que agregam a fotografia, o filme, o som e a experimentação visual, explorando universos artísticos que oscilam entre o teatro, a performance visual e sonora, e a projeção multimédia.
Tem a sua génese na ideia de luz enquanto definidora de imagens, e do início da imagem e da imagem em movimento como ponto de partida para um questionamento crítico sobre a realidade, o que tomamos como certo, e na forma como a história de ontem pode espelhar o hoje, com as mesmas assimetrias, riscos e discrepâncias.
Usa a imagem como veículo para pensar o passado e questionar o presente, numa escolha ponderada sobre o que decidimos conservar como memória, história ou verdade.
Assim, partindo de uma recolha documental inicial em acervos e arquivos públicos de momentos definidores das sociedades e dos indivíduos, foi construído um caminho visual, sonoro e performático através de temas e imagens cuja atualidade permanece.
Mas até quando esses registos poderão ser recordados, vistos ou legitimados? Quem decide? Quem questiona? Quem aceita?
De que forma construímos a história, validamos factos e acontecimentos, ou assimilamos memórias coletivas, geradas através de imagens e da forma como elas nos são dadas a ver?
Um questionamento crítico da sociedade que convoca à reflexão através de um paralelismo evidente com a atualidade dos tempos que vivemos.
A experimentação performática, visual, fílmica, sonora, dramaturgia e texto, foram assim criados a partir destas premissas conceptuais iniciais, num processo criativo dinâmico e convergente numa linha estrutural comum, que culminou num espetáculo forte, sensorial e denso que convoca o espectador, a olhar reflexivamente para o ontem para entrever o hoje e talvez imaginar um possível outro amanhã.
Ficha Técnica:
Direção Artística Luisa Neves Soares, Pedro Sousa Raposo, Tiago Sami
Pereira | Interpretação Adriana Pais, Catarina Flor, Sara Aliácar, Tiago Sami Pereira
Dramaturgia Joana Silva Ferrajão, Luisa Neves Soares, Pedro Sousa Raposo
Texto e Narração Joana Silva Ferrajão
Espaço Sonoro Tiago Sami Pereira
Espaço Visual Luisa Neves Soares, Pedro Sousa Raposo
Direção de Produção Diana Caramelo
Assistente de Produção Jeni Cardona
Produção Ponto Criação e Coruja do Mato
Co-Produção Teatro Municipal da Guarda, Teatro Académico de Gil Vicente, Teatro Cine de Gouveia
Co-Financiamento República Portuguesa DG Artes
Apoio e Acolhimento Câmara Municipal de Celorico da Beira