A Torre do Relógio
Este edifício podia, na verdade, ser o torredo de uma residência acastelada dos finais da Idade Média.
O relógio da vila nem sempre ali permaneceu, pois já esteve colocado no Castelo e novamente o mudaram para o local onde agora se encontra.
Não descobrimos elementos que permitam datar com precisão a origem do relógio de pesos mas tudo nos leva a crer que em princípios do século XVII, já a população da Vila de Celorico, se regulava pelas horas batidas no sino da Torre do Relógio. A partir dos finais do século XV introduzem-se em Portugal os relógios mecânicos. Até então as populações guiavam-se pelos relógios de sol. Foi principalmente a partir do séc. XVI que se difundiram os relógios movidos por pesos de pedra. Como escreveu Joaquim Veríssimo Serrão:
- «Para o assentamento de uma categoria mental com base na precisão, contribuíram os relógios como instrumentos de orientação no trabalho, nas viagens e na vida quotidiana».
No século XVII a cobertura nacional dos relógios de pesos com armação de ferro devia ser superior em número às informações que nos dá Sousa Viterbo e que serviram a Veríssimo Serrão para elaboração do mapa com notícia de relojoeiros em Portugal, durante o período que vai de 1471 a 1640.
No vizinho concelho da Mêda, já em 1605 havia relojoeiro. Em S. João da Pesqueira há noticia dele, em 1603.
Os relógios foram dotados de torres próprias ou aproveitadas dos castelos, como aconteceu em Marialva ou de torres campanário, como se verificou em Longroiva, numa anterior à actual, construída em 1586 e derrubada à volta de 1950.
Em Aguiar da Beira, a chamada Torre do Relógio é um aproveitamento de um cubelo medieval.
Celorico da Beira tem também uma torre em forma de cubelo mas fora do perímetro do castelo. Parece datar do séc. XV. Segundo a tradição teria sido residência de um nobre castelão, conhecido por Fidalgo da Torre. Posteriormente adaptaram-na ao relógio da vila.
Nota-se a implantação forçada do mostrador do relógio actual, documentada no desacerto das cantarias.
As horas são batidas num sino implantado desajeitadamente no alto da Torre.
Este edifício podia, na verdade, ser o torredo de uma residência acastelada dos finais da Idade Média.
0 relógio da vila nem sempre ali permaneceu, pois já esteve colocado no Castelo e novamente o mudaram para o local onde agora se encontra.