População: 208
Dista da Sede de Concelho: 13 km
Área: 596 ha
Festividades
Festividades
Festa de Sto. António (primeira quinzena de Agosto)
Feiras
Anual - Feira de Gado (última quinzena de Setembro e
primeira quinzena de Outubro)
Quinzenal - Domingo
O mercado quinzenal, que já fora também mensal, terá sido de iniciativa pombalina.
Património
Instalações da Feira
Igreja Matriz
Sepulturas "Cavadas'' (Moitas/Cabrieira)
Infra-estruturas educativas:
Escola Primária da Carrapichana
Jardim de Infância da Carrapichana
Pólo de Ensino Especial
Infra-estruturas de saúde
Depósito de medicamentos
Infra-estruturas sociais desportivas e culturais
Sede de Junta de Freguesia
Centro de Dia
Posto de Correios
Comissão de Melhoramentos da Carrapichana
Campo de Futebol
Notas Históricas
A sul de Celorico da Beira, a 13 km na estrada da Beira (EN-17), fica a Carrapichana, que se espraia pela mesma estrada, deixando no centro um espaço destinado ao mercado.
Situada num dos extremos do concelho, a Carrapichana confronta com Linhares e Mesquitela no concelho de Celorico e Figueiró da Serra, Vila Cortês da Serra e Vila Ruiva, pertencentes ao concelho de Gouveia.
Servida pela EN-17, tem acessos fáceis para outras localidades como Gouveia, Seia, Celorico, Viseu e Guarda e dali pode também partir-se para grande parte de outras localidades do concelho como Linhares, Assanhas, Prados e Salgueirais, pela EM-555, ou para a Mesquitela pela EM-554.
Sobre a origem do nome diz-se (lenda que talvez nem o chegue a ser!) que se deve a uma mulher particularmente apreciadora do melhor produto da uva. Num tom de escárnio, os seus conterrâneos ao oferecerem-lhe um copo exclamavam: “escorropicha, Ana!”. Com o tempo transformar-se-ia em Carrapichana… Á falta de melhor!
O princípio da fundação da Carrapichana data do século XVIII, sendo pertença de D. João V. Até 1855, pertencia à comarca de Linhares, extinta nessa data. Carrapichana conheceu parte do seu desenvolvimento graças ao mercado que aí se realiza.
Na toponímia da aldeia encontramos muita da sua história. A Rua da Amoreira é assim chamada por causa duma velha árvore deste género que nela existiu até há cerca de 50 anos e que juntamente com outras da mesma espécie, contribuía parar a criação do sirgo, alimentando uma indústria florescente que muito valorizou a região e a obra de Pombal. Tal como esta, outras indústrias que se exerceram nesta região, caíram ao abandono.
Terá existido na Carrapichana um antigo monumento fúnebre (Anta), atribuído aos Celtas. Mas o tempo ou outro factor, foram responsáveis pelo seu desaparecimento.
Porém, nos lugares da Cabrieiras e Moitas, existem, cavadas nas pedras, duas sepulturas antigas.
O penedo, Pedra da Escusa, era o lugar onde eram arrematados os baldios, pertencentes à comarca de Linhares.
Hoje, a Carrapichana é um local conhecido por toda a região pelo importante peso nas transações agrícolas regionais. É neste mercado quinzenal, que grande parte dos negociantes de gado vêm abastecer-se de borregos e pequenos ruminantes.
O queijo, é um outro produto de importância, ali comprado e vendido. Ao nível do queijo, pode mesmo dizer-se que o “Mercado da Carrapichana” é um dos melhores da região, estando em terceiro lugar, logo a seguir aos mercados de Celorico da Beira e Fornos de Algodres. Pode por isso considerar-se o “Mercado da Carrapichana” o pólo dinamizador, em torno do qual gira a comunidade agrícola da freguesia e da região.
Com uma população envelhecida, a freguesia da Carrapichana vê empregar-se as suas gentes principalmente na agricultura e na construção civil.
A economia agrícola da freguesia assenta na exploração de pequenos ruminantes e suas crias, no fabrico de queijo, na produção de batata e na olivicultura, que muito contribui para o tão afamado azeite da região.
Lendas e tradições
A mais significativa prende-se com a origem do nome. Constituindo, sem qualquer dúvida, nome ímpar, Carrapichana, conta a tradição que deve o seu nome a uma senhora, chamada Ana, figura típica e conhecida na freguesia e lugares circunvizinhos.
Conhecida pela sua voz aguda e forte de corpo, não se ficava atrás no que toca a beber. Sendo grande apreciadora de vinho, devorava de uma vez só, qualquer copo de vinho que lhe oferecessem.
Ao darem-lhe um copo de vinho a beber, os homens incentivavam-na dizendo:
– Escorropicha esse copo, Ana! ( Escorropicha designa o acto de beber).
Com o correr do tempo a terra passou a designar-se Carrapichana, por via erudita de “Escarrapicha, Ana!”, para designar a terra onde ” Escarrapicha Ana!” um copo de vinho sem parar.
Num prédio da rua da Amoreira, se encontra uma figura de pedra, que o povo chama Carrapichana, mulher que deu o nome à sua terra.
Toponímia
Durante as invasões francesas… segundo o Prof. Ramos de Oliveira.
A Carrapichana foi teatro dum pequeno recontro entre franceses e aliados, quando Massena retirava depois de ter estabelecido o seu quartel-general em Vila Cortês, funcionando o Hospital de sangue na Casa Sequeiras Corte-Reais. Deste combate guarda a tradição um caso que horrorizou o povo, se bem que pertença ao número daqueles que dominam talvez mais a fantasia do que a realidade. Contudo, quando se abriram os alicerces para a casa pertencente a Alfredo Nunes Bento, foram descobertos alguns esqueletos e botões metálicos, pressupondo-se que ali tivessem sido sepultados soldados de Napoleão.