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União das Freguesias de Cortiço da Serra, Vide-Entre-Vinhas e Salgueirais

População: 450

Dista da Sede de Concelho: 9 km

Área: 2305 ha

Festividades

Cortiço da Serra
Festa da Imaculada Conceição (8 de Dezembro)
Festa do Divino Martir S. Sebastião (meados de Agosto)

Salgueirais
Festa de S. António, em Junho.

Património

CORTIÇÔ DA SERRA
Infra-estruturas educativas
Escola Primária de Cortiçô
Escola Primária da Porteira

Infra-estruturas sociais desportivas e culturais
Sede de Junta de Freguesia
Associação Desportiva Recreativa e Cultural de Cortiçô da Serra
Campo de Futebol de Cortiçô da Serra
Sala de Espectáculos
Locais a visitar
Cruzeiro
Capela de S. Sebastião
Penedo Gordo
Cabeço do Martim Moreira
Penedo da Bota
Fonte dos Namorados

VIDE ENTRE VINHAS
Infra-estruturas educativas
Escola Primária de Vide-Entre-Vinhas

Infra-estruturas sociais desportivas e culturais
Sede de Junta de Freguesia
Associação de Apoio Social e Desenvolvimento de Galisteu e Vide Entre Vinhas
Centro de Dia
Centro Cultural e Desportivo de Vide-Entre-Vinhas
Campo de Futebol do Galisteu
Salão Paroquial
Rancho Folclórico de Vide-Entre-Vinhas
Locais a visitar
Penedo Gordo
Penedo do Bico
Penedo do Casamento
Calvário
Ruínas de Sta. Apolónia

SALGUEIRAIS
Infra-estruturas educativas
Escola Primária de Salgueirais

Infra-estruturas de saúde
Posto Médico ( inactivo)

Infra-estruturas sociais desportivas e culturais
Sede de Junta de Freguesia
Centro de Assistência Paroquial e Social de Salgueirais
Sala de Espectáculos
Campo de Futebol ( Mini Campo)

Notas Históricas

CORTIÇO DA SERRA

Constituída por três aglomerados populacionais – Cortiçô da Serra, Porteira e Mourela –, a freguesia de Cortiçô da Serra é a mais pequena do concelho, com uma área de reduzidos 496 hectares.
Segundo o Prof. Manuel Ramos de Oliveira, “a aldeia de Cortiçô uma das mais antigas do Concelho, conforme o indicam as regalias que gozou nos primórdios da monarquia. Pedro bom vendeu esta aldeia a D. Urraca e seu filho D. Lopo Afonso. D. Urraca deu-a a D. Sancha Lopez, sua nora. Esta era afilha de Fernão Pires Pelegrim e sua primeira mulher D. Urraca Nunes de Bragança, filha de Pero Nunes Velho que era filho de Nuno Soares Velho “o postrimeiro”, do qual Gato e de D. Urraca foi também filho Lopo Afonso Gato, casado com D. Sancha Pires de Gundar, filha de Pedro Lourenço de Gundar e de Totida; tendo filhos destes vários Lopes Gatos, portanto netos de D. Urraca Fernandes, já chamada Gata.
Foi inicialmente da Ordem do Hospital, trazendo-a a mulher de Lopo Gato. Pagava dízimos verdes (um quarteiro de esverdeados), consignando-se também a proibição das querimónias (queixas ou querelas). Teve foral de Martim Pires e sua mulher D. Teresa Martins que eram senhores da freguesia em 1254, sendo renovado em 1333. posteriormente, foi doada a João Afonso, filho de El-Rei D. Denis. Começou por chamar-se “Cortico” – que significava descascar – para depois se chamar Vila Boa de Jejua, voltando novamente a designar-se, com renovada pronúncia, Cortiçô. Segundo a “Nova História da Ordem de Malta”, Cortiçô começou por ser uma albergaria.
Cortiçô da Serra, foi uma freguesia pertencente à comarca de Linhares, constituindo um lugar só.
Mourela e Porteira juntas faziam uma freguesia, mas pertencente a Celorico. Com a extinção da comarca de Linhares, Cortiçô agregou a si os lugares de Mourela e Porteira, constituindo na actualidade os lugares pertencentes à freguesia.
Servida pela EN 17 que liga Celorico da Beira a Coimbra, dista 8 km da sede do concelho, confrontando com as freguesias de Salgueirais, Vide-Entre-Vinhas, Mesquitela, Vila Boa do Mondego e Casas de Soeiro, com as quais faz ligação através das estradas Municipais nºs 553 e 554.
Cortiçô da Serra foi, sem dúvida, a freguesia do concelho que mais dinâmica e dividendos perdeu com a abertura do Itinerário Principal (IP5) – que faz ligação de Vilar Formoso a Aveiro.
De facto, a passagem e paragem de visitas, pela freguesia em direcção a Vilar Formoso ou a Coimbra e ao Litoral, antes da abertura daquele itinerário, animava a freguesia e dinamizava o seu comércio. Hoje porém, a realidade é bem diferente e o lugar de Cortiçô, padece das privações do progresso.
A base económica da freguesia é sem dúvida o sector primário, constituindo as principais actividades na criação de pequenos ruminantes, no fabrico artesanal do queijo, e na produção de azeite.
Alguns dos habitantes de Cortiçô da Serra encontram trabalho na sede do concelho devido à sua proximidade e aos seus óptimos acessos. A construção civil é uma das actividades com bastante relevo ao nível do emprego da freguesia.
O visitante da freguesia facilmente compartilha a hospitalidade dos residentes, saboreando também os seus manjares característicos como o queijo, os enchidos tradicionais e o vinho, acompanhados de amizade e simpatia.

Lendas e tradições
“Canção de Cortiçô Da Serra”

Cortiçô é minha terra
Terra pequena e fagueira
É das terras mais bonitas
Que existe na nossa Beira

Situada junto à serra
Que fica com carinho
Tu escutas elevadas águas
Que correm mansinho

Cantai rapazes cantai
Cantai as vossas cantigas
E vós também cantai
Cantai lindas raparigas
Hoje há alegria no rostrigueiro
Porque a vida com tristeza
Nada tem preço inteiro.
Situada junto à serra
Que com carinho te fica
És assim da nossa Beira
A terra mais bonita

Cantai rapazes cantai
Cantai as vossas cantigas
E vós também cantai
Cantai lindas raparigas
O teu pasto é tão farto
O teu gado sem rival
É dele que nos vem o queijo
O melhor de Portugal.
A nossa Igreja velhinha
Rodeada de oliveiras

Toponímia

Curiosidades do tempo

No dia 3 de Setembro de 1810, Beresford estabeleceu nesta povoação o seu quartel general, retirando no dia seguinte para Moimenta da serra, de onde continuou a marcha até se reunir ao grosso do exército aliado que no Buçaco derrotou os Franceses.
No seu limite há vestígios de algumas raças dominadoras da Península, como por exemplo, no sítio da Quinta do Mouro onde apareceram alguns objectos pré-históricos que pelo Dr. Carlos Borges foram oferecidos ao Museu Santos Rocha na Figueira da Foz.
Uma forte trovoada em 5 de Junho de 1906 terá causado aqui grandes prejuízos.
Cortiçô notabilizou-se pelas suas indústrias, provando-se isto não só com a tradição de locais a elas relacionadas – Olas, Tintes, Pisão, Pelames, como também pela documentação arquivada.
Chamavam-lhe também Cortiçô de Oleiros, porque nalguns processos de Habilitação para o Santo ofício figuram como testemunhas Maria Ferreira de Cortiçô de leiros, Paschoa Fernandes, fiadeira de roda, João Nunes, tecelão, Paulo rodrigues e António Fernandes, tozador.

VIDE ENTRE VINHAS

Freguesia situada a Sul de Celorico da Beira, confinada com as freguesias de S. Pedro, Vale de Azares, Cadafaz, Salgueirais e Cortiçô da Serra, com quem constitui o núcleo central do concelho.
Servida pela Estrada Nacional 17 no sentido de Coimbra. Distando 7 km da sede do concelho, a freguesia é constituída pelos aglomerados populacionais de Vide-Entre-Vinhas e Galisteu.
A sua designação dever-se-á ao facto se ser um lugar abundante em vinhas. Talvez daqui viesse o vinho que deu fama a Celorico… Porém, na antiguidade foi uma fortaleza, já que o Penedo Gordo teria sido um castro. No lugar da Quintã existem as ruínas dum antigo convento ou Igreja, tendo aí origem a povoação. Existem porém outras ruínas, de uma Igreja de Santa Apolónia, no lugar com o mesmo nome, e nos limites do Souto da Póvoa sepulturas antigas.
O Penedo do Bico e o Penedo Gordo constituem dois lugares de onde se pode admirar uma bela paisagem, até onde a vista alcança, ou então auxiliado com uns binóculos avistar terras de Celorico, Trancoso, Mangualde, Gouveia e Guarda.
Situada num planalto, é uma aldeia rica em tradições, cuja economia das suas gentes assenta na produção agrícola, no tradicional queijo de produção artesanal, criação de animais, produção artesanal, criação de animais, produção de batata, feijão, cebola e vinho.
Esta freguesia de duas centenas de habitantes é dinâmica e viva, com reflexo no seu Rancho Folclórico. Constituindo primariamente um grupo de cantares, a ele se foi associando gente de todas as idades, até que a ideia de constituir um rancho surgiu e se concretizou. Orgulho dos seus naturais, o rancho, conta com perto de cinquenta elementos, que executam uma dúzia de danças e na sua agenda não faltam compromissos.

Praga de Gafanhotos
Dizem os antigos que Vide-Entre-Vinhas sofreu uma praga de gafanhotos, em tempos remotos, que se fez sentir somente em Vide-Entre-Vinhas, como que a castigar os seus habitantes. Nuvens de gafanhotos invadiram Vide-Entre-Vinhas, destruindo tudo o que encontravam de verde nos campos.

Pedra do Casamento
Num lugar da freguesia, existe um penedo, a que os naturais chamam a Pedra do Casamento. O penedo é constituído por uma enorme pedra, tendo no cimo uma pequena parte direita. Então as raparigas solteiras quando passavam, costumavam atirar pedras para o cimo do penedo, a fim de ver se ficavam solteiras ou se melhor sorte lhes estava reservada.
Assim, se a pedra que elas atiravam para cima do penedo, ficasse lá, teriam a sorte de casar. Caso a pedra atirada não ficasse no penedo, a pobre da rapariga tinha de se contentar com outra sorte.

Galisteu

É uma anexa de Vide-Entre-Vinhas, que no século XIX chegou a constituir uma freguesia autónoma, sujeita ao extinto concelho de Linhares. Fica situado num monte a dois quilómetros para Sul, sabendo-se apenas que possuiu alguns bens imóveis pertencentes à Confraria.

SALGUEIRAIS

Rodeada pelas freguesias de Prados, Linhares, Mesquitela, Cortiçô da Serra e Vide-Entre-Vinhas, Salgueirais é uma das freguesias do concelho de Celorico da Beira, mergulhada no centro do mesmo concelho.
Situada na parte montanhosa do concelho, na extremidade da Serra da Estrela, dista 11km da sede do concelho. Em termos rodoviários é servida pelas Estradas Municipais 555 e 553, permitindo ligações fáceis com Prados, Linhares, Cortiçô da Serra e Vide-Entre-Vinhas.
Freguesia pertencente ao extinto concelho de Linhares, é constituída unicamente pela aldeia de Salgueirais. O seu nome advém da grande abundância de Salgueiros, árvore que existia antigamente no lugar e em seu redor.
Também Salgueirais foi vítima da emigração, que, deixando para trás os menos jovens, tem contribuído de certa forma para a apatia no desenvolvimento da aldeia.
Terra de agricultores e pastores, a batata, a oliveira e o queijo da Serra da Estrela, dão o alimento à maior parte das famílias da freguesia.
A floresta é nesta freguesia ocupada essencialmente por castanheiro e pinheiro e são os baldios da Junta de Freguesia que absorvem grande parte do território florestal.
A freguesia de Salgueirais pode oferecer ao visitante um cenário de representação da vida rural, observável nas suas casas, nos seus habitantes, culturas e tradições.
O largo da aldeia, perto da igreja, mostra um conjunto harmonioso de edifícios bem recuperados, entre os quais sobressai o da sede da Junta de freguesia.
A barragem de Salgueirais é também outro ponto turístico, a não perder pela beleza que encerra, com a encosta da Serra da Estrela a servir de pano de fundo e ao cimo, já na freguesia de Prados, o local da Penha de Prados. Locais aprazíveis para refrescar os corpos e relaxar as mentes de qualquer mortal num dia tórrido de Verão.

“Imposto do vinho”

Imposto popular, muito conhecido por todo Portugal, com algumas diferenças, de região para região, mas idêntico no objectivo, é ainda uma das tradições, encontradas nalgumas aldeias do concelho de Celorico da Beira.
Este “imposto” era pedido ao rapaz que de outras localidades vinha encontrar noiva na aldeia. Assim confirmadas as suspeitas, e logo que ele entrava na casa da noiva, um bando de rapazes novos, “ofendidos” por lhes vir a ser “roubada”, uma das moças da aldeia e por consequente, perda de uma das suas candidatas, estes jovens, procuravam o rapaz namoradeiro, rodeando-o e encaminhando-o para a taberna, já com um raminho ao peito.
Chegado à taberna era obrigado a pagar tantos cântaros de vinho, tantas as folhas do raminho que trazia.
Se o rapaz era de bons modos, entrando na “farra” tudo corria bem. Mas, se pelo contrário este refilava, então tudo era bem diferente. Agora, para além do vinho, também tinha de pagar o trigo.
E, se continuava a ser teimoso, aí então era tratado com outros “mimos e carícias”.

Outros Aspectos

Há indícios romanos nos lugares de Vara e Penedo do Seixal.
A trovoada de 6 de junho de 1906 causou enormes prejuízos, porquanto das ravinas da Serra a água despenhou-se em furiosas catadupas que tudo arrastaram na sua passagem.
Tem duas fontes de mergulho e dois chafarizes. A luz eléctrica foi inaugurada em 3 de Janeiro de 1960.

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